Uma árvore confundiu-me com um passarinho.
Ofereceu-me, amorosamente, seus galhos e
A sombra das suas folhas para eu fazer meu ninho.
Eu não me reconhecia passarinho, mesmo assim
Voei até lá e cantei bem bonitinho, como cantam os passarinhos.
Um canto bem azulzinho, arrumando o meu ninho.
À espera do meu benzinho, do nosso amor amarelinho.
Nós dois passarinhos, biquinho com biquinho.
Num gostoso namorinho.
A árvore, então, me sorriu como a dizer que estava certa.
Concordei com um sorriso, agradeci a ela o ninho e
Descobri-me, então, passarinho.
Créditos na imagem: Fotografia de Robert Lachlan. Link: https://www.natgeo.pt/animais/2018/07/este-passaro-entoa-o-mesmo-canto-ha-1000-anos.
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