topei na realidade
ao levar os olhos
ao redor. desvendei
minha noite alta
diante dos objetos que habito.
quis misturar-me ao alheio:
não foi possível, o hábito
de viver nos nomes governa
a vigília das coisas, – madeiras,
metais, o céu lá de fora
e a migrânea que se anuncia
dando vontade de rezar
o terço de minha avó, visto
o remédio que não quer
ser sangue, que não quer ser eu
e tampouco esquecimento
da mitologia que me dói
pela carne, pela história.
Créditos na imagem: NATUREZA-MORTA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra25199/natureza-morta>. Acesso em: 10 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
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