Olho lá no horizonte,
Onde o poente solar faz morada,
Aqui observo mais uma vez
Uma rotina que está no meu defronte.
Nada novo, de novo,
Naquilo que desejamos estar
Quando as incertezas tomam conta
Neste hábito que revolvo meu olhar.
Versos e pensamentos se intercruzam
No eclipse da solidão que retoma:
Como estão as coisas, de novo?
Pergunto, sem respostas,
Pois o silêncio que grita comigo
Faz-me lembrar, porém, que um novo dia chegará.
Créditos da imagem: Wassily Kandinsky. Delicate Tension. No. 85, 1923.