Há gritos que o tempo e as suas garras não conseguem calar, muito menos
apagar o fogo que branda no universo deste medo que se chama morte. Desordenado, num espaço descalço de construções verticais da felicidade que mantém a metáfora
das asas coladas na estrada cicatrizada de buracos de sangue, empoeirada de lágrimas costuradas por uma agulha com linhas de tristezas no corpo do destino incerto.
Onde o medo invade a vida privada dos passageiros ensardinhados no machibombo.
A viagem continua profunda e longa, com vozes a apedrejar a chuva em pleno florescimento agreste do nevoeiro que desafia a consternação do chicote das abelhas ensurdecedoras. E para melhor içar esta viagem no limbo enxertado ao modus vivendi das árvores do bosque e da toponímia da estação que se segue. O último suspiro de alívio ampara a alegre dissertação do viajante arquitectado pelo náufrago do cansaço.
Créditos na imagem: Reprodução: Exame. Meteorologista explica fortes chuvas que atingiram São Paulo. Lucas Agrela. 2020.
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