Mastigando o amargo da catástrofe que arrasta os dias
Vão se acorrentando aos sonhos murchos e ressecados um verniz pueril
De um sentido roubado, retirado do espírito pela névoa da erudição
Maquínicos antiquários se reproduzem entre escombros publicados
Engodam e infectam o mundo com retóricas efêmeras imperialistas
Pisam no brilho das águas roubando-lhes o esplendor
Derretem os sonhos que jazem entre as coisas
Irradiam em prismas a agonia púrpura em seus tapumes
Em busca da coisa em si sem elevar-se, ironia fina
Tecem a fio seco os méritos dessa malha puída
Somente mofo cresce sobre as suas feições inóspitas
Os rostos cansados deflagram a angústia que os consomem
Máscaras de senhores fidalgos, abutres famintos de brilho
Degustam vísceras para nutrirem suas carcaças
Com a soberba que os habita, engrenam a prepotência a vácuo
Sacos de lixo com estampas de mal gosto desfilam em púlpitos
Há conforto ou alento nessa peste putrefata?
Neoliberais estruturais e hierárquicos inscritos em classificações
Onde a alegria foi se esconder, onde foi?
Créditos na imagem: Título: Máscara
Técnica: Carvão vegetal sobre papel
Dimensões: 21,0 x 22,9
Ano: 2018
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