Resistir com a minha arte e ocupar com o meu corpo preto de mulher: Uma entrevista com Jordânia Marçal

Com o passar do tempo a produção do conhecimento foi sendo separada em caixinhas. Os intelectuais e os artistas foram se afastando uns dos outros, bem como os as áreas de conhecimento umas das outras. Historiador, geógrafo, filósofo… antes havia um trânsito maior entre as áreas a tal ponto que era difícil definir um intelectual como se ele pertencesse a só um campo de conhecimento. Seguindo esta tendência a academia hoje exige especialização e, de certo medo, afastamento dos problemas reais da população. No entanto alguns pesquisadores do nosso tempo não reconhecem estas barreiras e acabam produzindo obras e discursos mais relevantes ao nosso tempo e à nossa gente. Um desses casos é o da entrevistada de hoje. Jordânia (Jojô) é historiadora, professora, rapper, produtora cultural, militante estudantil e uma série de outras coisas que não há caixas suficientes no mundo que ela caiba dentro. Ao mesmo tempo, como verão na entrevista, talvez o mundo precise de mais pessoas assim. São elas que trazem o novo e a justiça de que tanto precisamos.