febre entreposta, de um lado

memória, do outro o número

fora de área. a vida em camadas,

postiçagens  percebidas só agora,

à  iminência do desencontro final

e nada mais certo. no monitor

a face olha dura, infiltrada.

o azulejo precedendo a carne

que vaza enquanto arrisco

diagnósticos para a longa

noite que virá, sem remédio.

é mofo subindo as paredes

por dentro, ignorando

fórmulas novas e as fórmicas

espalhadas pela cozinha, diques

inúteis para conter o incontível.

azulejos em verdes arabescos

fazendo fundo para vasos de barro,

úmidos, mofo e a sempre-viva

 

 

 


Créditos na imagem: “O Sr. está intimado a deixar de estar triste” 1968, acrílico s/ tela, 120 x 120 cm.

 

 

 

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