Na incessante corrida pela produtividade,

Homens e mulheres se perdem na velocidade.

Num mundo que nunca dorme, sempre desperto,

O descanso é esquecido, o cansaço é incerto.

 

O relógio ditando um ritmo implacável,

Onde cada segundo parece insubstituível.

O tempo, outrora amigo, agora é carrasco,

Num ciclo frenético, sem trégua, sem frasco.

 

A pressão dos prazos, o peso das metas,

Nos ombros curvados, nas mentes inquietas.

A vida reduzida a números e gráficos,

A alma aprisionada em planos utópicos.

 

Mas onde está a beleza na pressa desenfreada?

Na busca incessante por uma linha traçada?

No ímpeto frenético de estar sempre à frente,

Onde se perde a essência e se vende a mente?

 

Pois eis que a verdadeira riqueza reside,

Nas pausas, nos suspiros, no tempo que decide.

Na liberdade de ser, sem açoites do dever,

Na serenidade de viver e simplesmente crer.

 

Quebrar as correntes do culto a produtividade,

É reconhecer a humanidade em sua diversidade.

É abraçar o presente, sem olhar para o futuro,

É cultivar a vida, num ritmo mais puro.

 

Assim, ergamos nossas vozes em protesto,

Contra a tirania do tempo, do lucro, do resto.

Que a verdadeira produtividade seja encontrar,

O equilíbrio entre o fazer e o respirar.

 

 

 


Créditos da imagem: Reprodução.