A prisão da produtividade

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Na incessante corrida pela produtividade,

Homens e mulheres se perdem na velocidade.

Num mundo que nunca dorme, sempre desperto,

O descanso é esquecido, o cansaço é incerto.

 

O relógio ditando um ritmo implacável,

Onde cada segundo parece insubstituível.

O tempo, outrora amigo, agora é carrasco,

Num ciclo frenético, sem trégua, sem frasco.

 

A pressão dos prazos, o peso das metas,

Nos ombros curvados, nas mentes inquietas.

A vida reduzida a números e gráficos,

A alma aprisionada em planos utópicos.

 

Mas onde está a beleza na pressa desenfreada?

Na busca incessante por uma linha traçada?

No ímpeto frenético de estar sempre à frente,

Onde se perde a essência e se vende a mente?

 

Pois eis que a verdadeira riqueza reside,

Nas pausas, nos suspiros, no tempo que decide.

Na liberdade de ser, sem açoites do dever,

Na serenidade de viver e simplesmente crer.

 

Quebrar as correntes do culto a produtividade,

É reconhecer a humanidade em sua diversidade.

É abraçar o presente, sem olhar para o futuro,

É cultivar a vida, num ritmo mais puro.

 

Assim, ergamos nossas vozes em protesto,

Contra a tirania do tempo, do lucro, do resto.

Que a verdadeira produtividade seja encontrar,

O equilíbrio entre o fazer e o respirar.

 

 

 


Créditos da imagem: Reprodução.

 

 

 


SOBRE O AUTOR

Jairan Roberto dos Santos Araújo

Graduando em Licenciatura em História pela Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). Participa como Voluntário de Iniciação Cientifica (2023). Professor de Rede Municipal de Educação Básica. Tem por entusiasmo os temas de Cultura, Poder, Loucura, Doenças, Epistemologia da Psicanálise e Saúde Mental. Atualmente é Membro do La Folie - Grupo de Pesquisa em História da Loucura da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO); Também é Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa da História das Práticas da Saúde e das Doenças (GEPHPSD) da Universidade Federal do Pará (UFPA), vinculados ao CNPq.

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