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Proust Suburbano

Caro amigo Adriano,

Caro amigo Adriano[1],

embora eu esteja a teu lado, conto a ti, nesta carta, como conheci o professor Jacyntho Lins Brandão.

Viajei para Belo Horizonte em 2009 para apresentar um trabalho em um congresso. Escolhi tomar parte em um simpósio de história antiga. Escolhi esse simpósio porque tinha a ver com matérias e gênero com os quais eu lidava. E também porque desejava conhecer um professor.

Poucas horas antes do início das falas do simpósio, fui almoçar. Por estar muito repleto de comensais o restaurante universitário, pedi licença para me sentar à mesa de dois homens que faziam sua refeição e conversavam animadamente.

Comecei a comer em silêncio até que, ao ouvir os homens falarem que iriam ao mesmo simpósio que eu, anuncie também falar na mesma sala.

A coincidência produziu uma certa alegria. Estávamos entre amigos, então.

O homem mais velho entre mim e os dois que almoçavam àquela mesa, ao ouvir que eu queria conhecer um professor que falaria no simpósio, interpelou-me:

– Qual professor o amigo quer conhecer?

Sem pestanejar, respondi:

– O professor Jacyntho Lins Brandão.

Caro amigo Adriano, imagine a maior figuração da surpresa.

O homem mais velho sentado àquela mesa exclamou:

– Sou eu, uai!

Na certeza de ao menos ter divertido o amigo, despeço-me.

Teu amigo,

Filon.

 

 

 


NOTAS:

[1] O destinatário desta carta é Adriano Scatolin. O nome de família não está no endereçamento por ser esta uma carta familiar.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução: Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. Jacyntho Lins Brandão lança tradução de poema épico babilônico. Estado de Minas, 2022.

 

 

 

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