O poema “MNEMO 32” dialoga com a chamada poesia concreta (anos 1950) ou com certa poesia visual que busca a materialização da expressão joyceana “verbivocovisual”, lançando mão de aspectos semânticos + sonoros + visuais na composição poética. Assim, observa-se que no campo semântico esse poema aponta similitudes entre aquele que recupera a memória (historiador), o artesão que (re)faz o tecido puído e a própria escritura do texto poético (metalinguagem) construído “palavra a palavra”, “fio a fio”. Ao mesmo tempo, o poema apresenta uma plasticidade que representa o tecido puído/cer zido e o desgaste da memória, presentes no texto composto com signos verbais específicos e espaços. Da mesma forma, também a oralização do poema conforma possibilidades sonoras e rítmicas que traduzem a “urdidura sutil e silenciosa” do exercício de recuperação da memória e de construção do poema. O nº 32? É apenas o número sequencial de uma série de textos “mnemo”, cujo tema remete à memória.
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