O poeta Muro

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Sentado

Sentindo as dores que nunca foram minhas

Chorando o pranto que por outro fora derramado

Vejo esvair-se os dias.

 

Da janela posso ver apenas um muro

Branco.

Pálido.

Mudo.

Inerte.

Apático.

Burro.

De tosca rigidez

Ora, como se deve ser um muro…

 

Agora, não sinto mais as dores

Enterradas a 7 palmos

Que há pouco conheci.

Finalmente sinto algo meu,

Realmente meu:

A frustração de não poder

Ao menos escrever

Uma singela poesia

Talvez por corriqueira preguiça

Ou o comum não conhecimento da língua

Aquela nossa mãe.

Não!

O motivo disso tudo, meu caro,

É por ser eu mesmo,

O muro.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução. Disponível em: https://br.freepik.com/fotos-gratis/parede-do-cimento-com-uma-mancha-branca_969582.htm#page=1&query=muro&position=14Notes

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Samuel Marlon Lopes Costa

Graduando em Ciências Sociais pela PUC-MG. Apenas arriscando algumas palavras que possivelmente fazendo sentido só para mim.

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