Quando chegar o dia de ler o Sermão de Quarta-feira de Cinzas
não me convide.
Não estarei aqui.
Não terei voz para o proferir.
Quando chegar o dia, e esse dia
é hoje,
eu serei memento mori.
Pierrô apaixonado, margarida,
Colombina
de gravura ou de grafite.
Quando chegar o dia de ler as Cinzas,
serei o sermão do Bom Ladrão,
o sol na penumbra,
esses Brasis.
Hoje, como ontem, comoção
é o desenho do casal de mestre-sala e porta-bandeira
da Mangueira.
Lágrima nada artificial, lágrima de Carnaval.
Créditos na imagem: Divulgação. Chronosfer
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