Silêncios doem como doem as lâminas de facas afiadas
e perfuram como as palavras
que de tão certeiras, não vieram.
Sentenças não ditas
Ficam ferroando, apesar das horas e dos dias.
Roendo, quietamente,
Vísceras tripas entranhas
Em brasa invisível e duradoura
queima aquilo
que não voltará jamais.
Dormente, silente e
errada como a gramática torta desses versos acima.
Eterna ficará a marca
da abstenção insensível.
Como se de ferro, e não de amor,
fosse feita a matéria-prima,
flor inconsolável da dor.
Créditos na imagem: Reprodução: Flor Metálica, Buenos Aires.
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