Desculpas não resolvem,
É tarde por demais!
Leve embora essa não paz
Que o teu passado e o meu traz.
Não, fica!
Ouça as tormentas que envolvem meu sono:
O sonho enterrado
Como ossos jogados
No oceano.
Mentiras são doces a quem conta e reconta
As memórias definidas em maldosas poções.
A terra regurgita – o céu se escorre em sangue –
As entranhas dos meus pais
Que morreram de ódio e de fome.
Desculpas não resolvem,
É cedo demais!
Traga as provas
Que veemente negam
Os mesmos seus que bem acordaram.
E então, vá!
Ignore o coro de perdão
Que na sé entoaram.
(Pesadelos desvendados como corpos desnudados sobre a terra natal.)
Verdades são amargas a quem ouve e remói
Os mitos (mal) escritos
Trajados de boas intenções.
O mar ruge revolto,
O abismo se abre em enxame.
O coração dos seus avós
Que viveram bem à custa de outros homens.
Créditos na imagem: George Philip Reinagle. Black Joke Engaging the Spanish Slave Brig Maranerito in the Bay of Biafra (1831).
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Isaías dos Anjos Borja (Xipu Puri)
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História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
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A1 História / A2 Filosofia
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