Sua cama

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Deixe-me ser sua cama, deite em mim toda sua lascívia.

Entregue-se a ti mesma como fazes todas as noites.

Eu só quero senti-la arder sobre a minha pele de lençol.

Só quero sentir o calor do teu fogo.

 

Deixe-me ser sua cama, deite em mim todo seu desejo.

Entregue-se a ti mesma, como fazes todas as noites.

Eu só quero ouvir o teu gemido abafado rente ao meu ouvido.

Só quero senti-la se contorcer de prazer.

 

Deixe-me ser sua cama, deite em mim toda sua imaginação.

Deixe-me ouvi-la dizer, baixinho, o meu nome

Enquanto desliza seus dedos pela fresta molhada do seu corpo.

 

Deixe-me ser sua cama e, por fim, deite em mim todo seu cansaço

Após o deleite de entregar-se a ti mesma e sonhe comigo.

Deixe-me ser sua cama, apenas.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução: Vênus ao espelho – Óleo sobre tela, Diego Velázquez, 1647.

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Tadeu Goes

Poeta, advogado, licenciado em História pela Universidade Estácio de Sá, com especialização em História Antiga e Medieval pela Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro. Autor do livro de poesia Nascente (2018) e integrante da Liga Universitária de Pesquisadores e Artistas de Carnaval da UFRJ (LUPA Carnaval).

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