Quando a noite tarda em voltar aos seus aposentos

Acordamos de olhos prostrados na enxurrada do escuro anterior

A manhã se serve de postas de chuva

À mesa construímos caminhos distantes da luz

onde os pratos crescem na fome da partida

 

Sem idioma, as gaivotas anulam o seu voo matinal

Lavra-se o dia na Costa do Sol

As amêijoas festejam no obscuro encanto

A linguagem da sua liberdade

Os passos dos pescadores esfumam-se,

Enlouquecem e estão a apontar o silêncio com os remos cerrados

sem força procuram a chave do horizonte furado

a medida das incertezas dos maziones

 

Na Catembe os barcos não circulam

Encalhados

acenam o dedo ao bailado das nuvens

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução: De pesca portugal Banque de photos noir et blanc. Disponível em: https://www.alamyimages.fr/photos-images/de-pesca-portugal.html?blackwhite=1

 

 

 

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