(Para Iracele)
Sua ausência me preenche
Completa como a folha branca
Muda como a vastidão insone
Retrato de uma paisagem sem nome
Sua ausência me aconchega
Feito um beijo lento, uma brisa, um vento
Esperança da boa morte
O descanso numa rede do norte
Sua ausência me alumia
Como uma palavra materna
Um archote, uma lanterna
Fogo queimando coivaras no sertão
Não quero álcool, não quero tabaco, não quero mescalina
Não quero chocolate, não quero anfetamina
Antes, quero sua ausência crua e sentida
Cada vez que preparar um café
Cada vez que perder a minha fé
Não quero ódio, não quero revolta, não quero romaria
Não quero piedade, não quero anestesia
Antes, quero sua ausência filtrada
Decantada pelo tempo, sem o cansaço da vida, concentrada
De mim em mim mesmo, de você em mim que é a mesma estrada.
Créditos na imagem: Reprodução. O abstrato é real. Foto: Chronosfer. Haia, Holanda.
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Luciano Alberto De Castro
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História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
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