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Poesia

Casa Torta

Eu não sou daqui, nunca fui, mas não poderia saber disso ontem. Certo dessa certeza, para qual direção seguir? Em direção a lugar nenhum? Talvez seja um bom destino, de certa forma faz sentido, afinal, quem sabe de fato para onde se vai? A metade de um livro sabe, o rumo é o final, estabelecido, estático, bruto. Por onde ando observo pessoas ainda por escrever, certas em seus finais, capazes até de construí-los mesmo que nenhum sentido haja, mas tão somente por outros terem dito que o ‘lá’ é bom, feliz. Como um amigo dos meus eus diz, “caminho se conhece andando”, com a sacola abarrotada de cacos para, quem sabe, construir uma casa torta, com apenas uma janela de onde é possível me avistar caminhando.

 

 

 


Crédito na imagem: Amarelo, Vermelho, Azul de Wassily Kandinsky (1925), Óleo sobre Tela.

 

 

 

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