(Para Cora Coralina)
Amo tua palavra crua
Teus versos com gosto de chão
Tua prosa decidida, arcaica, vigorosa
Amo tua palavra reta, sertaneja, cheirando a flores do mato
Tua palavra fácil, água corrente, limpa e ligeira sobre as pedras do riacho
Tua escrita forte, fornida, caprichosamente esculpida a machado, foice, formão
Amo tuas frases-caminhos, rastros, cartas, pergaminhos, pedras rombas dos becos de Goiás.
Amo teu coração vermelho
Teu destino marcado com ferro em brasa
Teu ofício de doceira, dona de casa, mãe, trabalhadeira
Amo tuas mãos calejadas, teus ouvidos atentos, teus olhos sagazes
Tua sina de mulher longeva, vivedoura, nômade, caminhante, goiana e retirante
Tua casa da ponte, lapa, masmorra, guardiã de segredos, de ritos longínquos, imemoriais
Amo-te, Aninha menina, anciã Coralina arrastando as chinelas pelas ruas, vielas da tua velha Goiás.
Créditos na imagem: Reprodução. Disponível em: https://vermelho.org.br/prosa-poesia-arte/cora-coralina-a-doceira-poeta-que-publicou-seu-1o-livro-aos-75-anos/Notes
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Luciano Alberto De Castro
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Notícias
História da Historiografia
História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
Qualis Periódiocos:
A1 História / A2 Filosofia
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Não poderia haver melhor descrição de Cora Coralina do que essa poesia de Luciano Castro.
Luciano tem muito em comum com Cora Coralina. Parabéns pela autêntica homenagem. Também amo sua vida, sua história, suas realizações, seus versos, seu dom de expressar o que sente num texto perfeito. Tenho comigo, o que de própio punho escreveu, em minha carteirinha de ensino médio. Uma verdadeira relíquia! 🙌✍👩🎓