Morreram sete homens no mangue
Do mangue, homens morreram e eram sete
Todos pobres
Todos pretos
Todos mereciam morrer
Um deles se chamava José
Outro João, outro Francisco, outro Sebastião
Morreu também um menino chamado Mayke, de 14 anos
Todos miseráveis
Todos odiáveis
Todos de alta periculosidade
As balas atravessaram os corpos de sete moradores do mangue
Sete corpos cravejados, como porcos abatidos, jazidos sobre uma poça de sangue
Todos bandidos
Todos assassinos
Todos inimigos da sociedade
Disse-me um sujeito fardado:
Não se compadeça com o fato, não gaste seu pesar com carne escura
Eram apenas porcos, um deles bacorinho, ratos de esgoto, zé-povinho
A força pública não dorme. É fogo cerrado. Até que se acabem as balas
Varreremos a escória maldita e jogaremos os corpos nas valas.
Créditos na imagem: Reprodução. Foto: Julio Calmon/CBN
[vc_row][vc_column][vc_text_separator title=”SOBRE O AUTOR” color=”juicy_pink”][vc_column_text][authorbox authorid = “224”][/authorbox]
Luciano Alberto De Castro
Related posts
Notícias
História da Historiografia
História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
Qualis Periódiocos:
A1 História / A2 Filosofia
Acesse a edição atual da revista