Imagine meu poema censurado
Pela fluidez da língua
Essa cobra mordaz
Que se modifica
A medida que os humanos se proliferam:
Em gozos rápidos,
Secos
E sem amor.
(Em seu jeito mal planejado)
Ali após a pinga,
aqui após o filme das 10,
ali na hora do recreio
Debaixo da escadaria, escura.
Imagine, pegarem o substantivo
No substrato
Do subconsciente,
Na consciência dos que não vieram ainda:
Soar erosivo,
Significado que foi,
Tornou-se
Virá
A
Ser.
Caiu
Na arte, a artimanha
Mexer aqui e ali
Imaginem a tradução
Pegar o texto testado
ATENTO no tempo
ATENTADO!
O verbo que muda,
Árcade palavreado,
Talvez a puta seja elogio,
E a boa-fé ofensa.
Cousa é coisa
Muda como a cobra
Que vem e
vai feito rio
Barrento, caudaloso, brutal, veloz
Muda
Com o tempo, – assim asinho.
Que horror,
Ter o texto modificado,
Na profanação do templo,
Poético,
Talvez seja já arte passada,
E a escrita abandonada
Dando lugar a vista, as imagens dispostas
Uma ao lado da outra.
Talvez seja arte repassada,
E a figura caia em desuso,
E as letras figurem o papel, mostrando desenhos.
Tornar-me-ei retrogrado,
Pelo viés democrata de outro tempo,
Que não veio.
Créditos na imagem: Reprodução. Disponível em: https://br.pinterest.com/pin/830210512549001165/Notes.
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Luiz Ricardo Resende Silva
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História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
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