Uma flor metálica

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Silêncios doem como doem as lâminas de facas afiadas

e perfuram como as palavras

que de tão certeiras, não vieram.

Sentenças não ditas

Ficam ferroando, apesar das horas e dos dias.

Roendo, quietamente,

Vísceras tripas entranhas

 

Em brasa invisível e duradoura

queima aquilo

que não voltará jamais.

Dormente,  silente e

errada como a gramática torta desses versos acima.

 

Eterna ficará a marca

da abstenção insensível.

Como se de ferro, e não de amor,

fosse feita a matéria-prima,

flor inconsolável da dor.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução: Flor Metálica, Buenos Aires.

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Isaías Gabriel Franco

Graduado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto - Instituto de Ciências Humanas e Sociais; especialista em Música e interdisciplinaridade pelo Departamento de Música do Instituto de Filosofia, Arte e Cultura- IFAC - UFOP. Atualmente cursa Filosofia e mestrado acadêmico em História pela mesma instituição.

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