Para Amanda Gorman

 

Meu país anda mal das pernas

Meu país não se rende à palavra.

As coisas aqui andam bem ruins.

Aqui na América latina,

Nossas veias continuam a jorrar sangue

Negro, ameríndio e pobre.

Continuamos sempre desiguais

E meu presidente descuida de seu povo.

Na interminável sombra

Não achamos ainda a luz.

Há gente vivendo sem alimento por aqui,

Vivendo em casas que chamamos de barracos

Ainda assim, meu presidente e os ricos

Fingem que nada disso existe.

A vitória aqui é vendida no senado e na Câmara.

Nossa nação nunca foi democrata.

Quando amanhecer, Se um dia amanhecer,

Aí sim, nós deixaremos a sombra,

ardentes e sem medo.

Esperamos também

uma nova madrugada florescer

aqui no Brasil,

Onde a poesia anda morta

 

 

 


Créditos na imagem: Agência Brasil.

 

 

 


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