Elegia do poeta triste

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O poeta sofre de insuficiência cardíaca

falta nos fármacos que ele toma,

uma dose cavalar de afeto.

O poeta desesperado,

quer pular da ponte

falta no entanto

um motivo lírico-sentimental para isso.

Nem poeta o poeta se sente mais.

Outra guerra começa a redesenhar mapas na Europa,

Choveu como se de águas o céu fosse feito

e a serras, como de costume,

rodaram ladeira abaixo

em cachoeiras de lama

e de pessoas.

Os parentes,

acham que o céu é de santos, anjos, e Deus.

Outros, menos crentes,

dizem ser de carbono e estrelas

cintilantes que nem existem mais e

que lácteas as galáxias enganaram a todos,

posto que de leite, nada possuem.

esse céu de águas

tem é uma teogonia particular,

de prantos

menores e maiores.

O mundo padece,

o poeta sofre

por isso é menor,

o mais ínfimo de todos.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução. De repente, apenas o olhar… Foto: Chronosfer.

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Isaías Gabriel Franco

Graduado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto - Instituto de Ciências Humanas e Sociais; especialista em Música e interdisciplinaridade pelo Departamento de Música do Instituto de Filosofia, Arte e Cultura- IFAC - UFOP. Atualmente cursa Filosofia e mestrado acadêmico em História pela mesma instituição.

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