(Para Augusto dos Anjos)

 

Vês! Tens a fronte baixa dos vencidos

E o proceder mofino dos lacaios

Teus passos, antes firmes, são cambaios

Desejos, antes fogo, são puídos

 

Teus resmungos pesados são grunhidos

Do animal que vegeta aos soslaios

Olhos cavos, torpor, tormenta, raios

Miséria deplorável dos tecidos

 

De nardo, cem cântaros de alabastro

Não detêm o miasma do teu gastro

Prenúncio da completa putrescência

 

Como sou feita de substância etérea

Safo-me dessa sina deletéria

Mas tu a provarás sem complacência.

 

 

 


Créditos na imagem: Reprodução. O cotidiano como ele é. Foto: Chronosfer.

 

 

 

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