Bem aqui dentro
No interior de mim
Há um canto assim:
Onde cheira a mato
E a terra molhada,
Onde cantam pássaros
Grilos e cigarras, e
Onde o sol gentilmente
Se retira para o luar brilhar
E pratear todo o lugar.
Há uma igrejinha
Para o povo rezar.
Um cruzeiro na pracinha,
Alguns bancos,
Um pipoqueiro,
Casais a namorar e
Crianças correndo
Para lá e para cá.
No interior de mim
É sempre junho,
Tempo fresco,
Por vezes frio.
Manhã orvalhada
Pelo sereno da madrugada.
Cadeiras na calçada,
Uma prosa pelo ar.
Café cheirando ao longe
E bolo de fubá.
Há amor de mãe
Me chamando pra almoçar
E vó contando histórias
Que eu amo escutar.
Tem sino às seis da tarde
Na igreja a badalar.
Trezena de Antônio,
Ladainhas entoadas,
Procissão a caminhar.
No interior de mim
O peito do céu
É repleto de estrelas,
Que brilham como
Os vagalumes que
Brincam nos meus quintais.
No interior de mim
Os dias são de muita paz.
E quando a noite chega
Dos braços do meu benzinho
Não saio jamais.
Há um canto assim.
No interior de mim.
Créditos na imagem: Candido Portinari. Brodowsky, 1942.
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Tadeu Goes
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História da Historiografia
História da Historiografia: International
Journal of Theory and History of Historiography
ISSN: 1983-9928
Qualis Periódiocos:
A1 História / A2 Filosofia
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Lindo 👏🏾 parabéns!
Belo poeta 🥰
Sutil, sublime.