Ermo

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O que não se consegue
Cada dia sufoca mais o vivente
Metaforizar a tradução
Alocar os cortes
Intercambiar as convenções da semântica
Um trago de desesperança que invade o absurdo
Camus sorriu dizendo
Reinvente-o a cada dia
Arend surpreende-se com o atual estado do mal
O mundo administrado pelos demônios do capital
Cospe-se depois de mastigar os sonhos que nos isola
Depois de tirar do sumo das utopias o ímpeto de seguir
Uma prisão lexical
Na gramatologia, orgia
O castelo chamado corpo, que não finda, mas rui
Orgasmo divino, leite de Deus que habita sete lugares
Paraíso construído ruindo em desejos construídos
Assim se deu o ranger esmagador
As engrenagens estão ressecadas

 

 

 

SOBRE O AUTOR

Will Lopes

Brasileiro, mineiro da Zona da Mata. Amante do mato e do hightech. Licenciado em história. Aventureiro das artes.

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