Os telhados,

Dos velhos casebres,

Aglomerados pelo morro:

Sombreando a ladeira.

 

Escondendo do sol de queimar coco,

De torrar miolo,

De fritar ovo:

Nas pedras ardentes.

 

Os telhados aglomerados,

Fazem um mar ao longe.

Entre as montanhas:

Só se vê telha e janela colonial.

 

Batendo o vento,

Seu canto melancólico

No inverno frio,

Que em assombro, assobia.

 

Os telhados em onda,

Unem-se junto às paredes,

Os gambas fazem morada;

Os morcegos fazem palácio.

 

Dos telhados de Ouro Preto,

Faz-se poesia,

Constrói-se ateliê,

Mas e goteira? Dá?

 

 

 


Créditos da imagem: O Tunico dos Telhados, de Ouro Preto. Foto: Walter Vinagre. Disponível em Jornal Galilé.